Sistema MN :
O sistema MN é um dos sistemas de grupos sanguíneos presentes nos seres humanos, também chamado de sistema de antígenos MNS. É o segundo em complexidade entre os grupos sanguíneos, estando atrás apenas do sistema Rh.
Os médicos Landsteiner e Levine, após a descoberta dos primeiros antígenos sanguíneos do grupo ABO, perceberam que existiam outras variações entre os seres humanos. Então em 1927, após a imunização de coelhos com sangue humano, eles conseguiram descrever os antígenos M e N. Os demais antígenos foram sendo descobertos e descritos ao longo dos anos.
O sistema MNS é codificado por dois genes, glicoforina A e glicoforina B, presentes no cromossomo 4. Um terceiro gene, glicoforina E, localizado ao lado do gene glicoforina B, que pode ter participação no rearranjo de genes levando a novos variantes alélicos. Atualmente 46 antígenos já foram identificados no sistema e os mais importantes são M, N, S, s, U. Os antígenos MNS são encontrados principalmente nas hemácias, mas também são expressos no endotélio renal e no epitélio.
O gene glicoforina A é responsável pela produção dos antígenos M e N, e entre eles não há uma relação de dominância. Os alelos atuam em codominância e são representados por LM e LN (a letra L foi escolhida em homenagem aos pesquisadores que descobriram o grupo sanguíneo). Assim, os indivíduos são fenotipicamente identificados por LMLM, LMLN e LNLN. A presença de LM e LN é comum em 75% na população mundial e o genótipo mais comum é o heterozigoto LMLN. O gene glicoforina B possui, também em codominância, os alelos S e s, sendo s o mais comum na população mundial (89%). O antígeno U também tem alta incidência, ocorrendo em mais 99,9% da população.
Assim como na maioria dos sistemas de grupo sanguíneo, este sistema possui indivíduos “nulos”. Aqueles que não têm glicoforina A e nem B são conhecidos por MkMk, pois não têm antígenos MNS detectáveis nas hemácias desses indivíduos. Os que não apresentam glicoforina A, mas têm glicoforina B são chamados En(a-), e aqueles que têm glicoforina A, mas não têm B, são indivíduos S-s-U-.
Os anticorpos anti-M e anti-N são de ocorrência natural e normalmente pouco reativos, não sendo considerada obrigatória sua identificação em processos de transfusões sanguíneas. Em raros casos anti-M e anti-N foram relatados como causa de reações transfusionais retardadas e de doença hemolítica do feto. O anticorpo anti-S é mais comum do que o anti-s, mas ambos podem ocasionar quadros graves de hemólise. Outros anticorpos de menor prevalência do sistema MNS também podem causar a doença hemolítica do feto.
Apesar dos antígenos MNS não apresentarem tanta relevância quanto os outros sistemas sanguíneos, existem estudos que sugerem que o fenótipo MN é um fator genético associado à detecção precoce de hipertensão.
Fator Rh :
O fator Rh é um sistema de grupos sanguíneos, descoberto a partir do sangue do macaco Rhesus. Ele indica se o sangue é positivo ou negativo.
Descoberta do fator Rh
O fator Rh foi descoberto em 1940, pelos cientistas Landsteiner e Wiener, através de experimentos envolvendo coelhos e macacos do gênero Rhesus, daí a origem do nome do fator Rh.
Eles descobriram que ao injetar o sangue do macaco nos coelhos, começava a produção de anticorpos para combater as hemácias que foram introduzidas. Esses anticorpos foram denominados de anti-Rh e eram os responsáveis por aglutinar as hemácias do macaco Rhesus.
Em testes com o sangue humano, as pesquisas demostraram que determinados tipos de sangue possuem ausência do fator Rh, uma vez que os indivíduos que apresentaram as hemácias aglutinadas pelo anticorpo Rh.
Assim, surgiu a classificação como Rh positivas (Rh+), enquanto que as hemácias que não se aglutinaram, foram classificadas como Rh negativas (Rh-).
Assim, nem todas as pessoas possuem o antígeno Rh. Para saber se uma pessoa possui Rh+ ou Rh-, é realizado um exame no qual se mistura o amostra de sangue em uma solução de Rh. Se ocorre aglutinação das hemácias, o sangue é do tipo Rh+, se não ocorrer é porque a pessoa é Rh-.
Genética do fator Rh
A determinação do sistema Rh é feita por um par de alelos com dominância completa, sendo o alelo R o dominante e o alelo r recessivo.
Assim, os genótipos do fator Rh são os seguintes:
Fator Rh | Hemácias | Genótipo |
---|---|---|
Rh+ | Antígeno Rh | RR ou Rr |
Rh- | Sem antígeno Rh | rr |
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