terça-feira, 19 de novembro de 2019

UM POUCO SOBRE O REINO ANIMAL

UM SOBRE O REINO ANIMAL:
Os animais são organismos multicelulares, eucariontes e que apresentam nutrição heterotrófica, ou seja, não são capazes de produzir seu próprio alimento. Apesar de serem bastante distintos anatômica, morfológica e fisiologicamente, todos os animais possuem as três características citadas.
→ Reino Animalia
O Reino Animalia ou Metazoa conta com mais de um milhão de espécies dispostas em mais de 30 filos. Uma das características mais marcantes do reino é a capacidade de locomoção, apesar de existirem também representantes sésseis (não se locomovem). Além disso, os animais possuem células que formam tecidos, com exceção dos poríferos, que não possuem tecidos verdadeiros.
No que diz respeito ao habitat, os animais também apresentam grande variabilidade, pois são encontrados em ambientes aquáticos e também terrestres. Sua dieta também é variada, existindo animais herbívoros, carnívoros, parasitas e até mesmo saprófagos (alimentam-se de cadáveres de plantas e animais).
Costuma-se dividir o Reino Animal em dois grandes grupos principais: os vertebrados e os invertebrados. Esse primeiro grupo, apesar de ser o mais conhecido, representa apenas 5% de todas as espécies de animais existentes. Os invertebrados, por sua vez, agrupam o maior número de espécies, com cerca de 95%. Vale destacar que essa classificação é artificial, sendo utilizada apenas para fins didáticos.
→ Principais grupos de animais
Ainda que existam mais de 30 diferentes filos de animais, costuma-se restringir o estudo desse grupo à análise de apenas nove. Veja a seguir as principais características desses grupos:
→ Poríferos: Grupo mais primitivo de animais. Trata-se de seres sésseis, com corpo repleto de poros, que vivem apenas em ambientes aquáticos. Esses animais possuem simetria radial, mas alguns podem ser assimétricos. Além disso, são seres filtradores cuja digestão ocorre exclusivamente no interior das células (digestão intracelular). Exemplo: Esponjas.
→ Cnidários: Seus representantes são predominantemente marinhos e destacam-se por apresentar dois folhetos embrionários (diblásticos) e simetria radial. Nesse grupo, surge uma cavidade digestiva denominada de cavidade gastrovascular. Entre esses animais, existem ainda representantes de vida livre e sésseis. Exemplo: Águas-vivas e caravelas.
→ Platelmintos: Conhecido popularmente como vermes chatos, esse grupo, que é triblástico e acelomado, apresenta simetria bilateral e achatamento dorsoventral do corpo. Exemplo: Planárias e tênias.
→ Nematódeos: Também conhecidos como vermes, esses animais, diferentemente dos platelmintos, não possuem corpo achatado, e sim cilíndrico e com as extremidades afiladas. Apresentam tubo digestório completo. Exemplos: lombrigas e filárias.
→ Moluscos: Possuem corpo mole, e algumas espécies apresentam corpo recoberto por concha calcária. A maioria dos representantes é marinha, mas existem espécies de água doce e terrestres. Exemplo: Caramujos, polvos e lesmas.
→ Anelídeos: Sua principal característica é o corpo cilíndrico dividido em anéis (segmentado). Existem representantes de água doce, salgada e terra úmida. Exemplos: Minhocas e sanguessugas.
→ Artrópodes: Apresentam corpo segmentado com apêndices articulados e revestido por um exoesqueleto quitinoso. Graças à presença de exoesqueleto, esses animais não crescem constantemente, mas realizam mudas periódicas. Representam o filo com maior diversidade de organismos do Reino Animalia. Exemplo: Insetos e crustáceos.
→ Equinodermos: Todos os representantes são marinhos e apresentam características que os tornam parecidos com os cordados. Exemplo: Estrela-do-mar e ouriços-do-mar.
→ Cordados: Apresentam como característica mais marcante a presença de um bastão flexível e fibroso denominado de notocorda durante alguma fase do desenvolvimento. Exemplos: Peixesanfíbiosrépteisaves e mamíferos.

RELATÓRIOS DA AULA NO LABORATÓRIO
























ANGIOSPERMAS

ANGIOSPERMAS :
Atualmente são conhecidas cerca de 350 mil espécies de plantas. Desse total, mais de 250 mil são angiospermas.
A palavra angiosperma vem do grego angeios, que significa 'bolsa', e sperma, 'semente'. Essas plantas representam o grupo mais variado em número de espécies entre os componentes do reino Plantae ou Metaphyta.

Flores e frutos: aquisições evolutivas

As angiospermas produzem raiz, caule, folha, flor, semente e fruto. Considerando essas estruturas, perceba que, em relação às gimnospermas, as angiospermas apresentam duas "novidades": as flores e os frutos.
   
A flor e o fruto do maracujá
As flores podem ser vistosas tanto pelo colorido quanto pela forma; muitas vezes também exalam odor agradável e produzem um líquido açucarado - o néctar - que serve de alimento para as abelhas e outros animais. Há também flores que não têm peças coloridas, não são perfumadas e nem produzem néctar.
Coloridas e perfumadas ou não, é das flores que as angiospermas produzem sementes e frutos.

As partes da flor

Órgãos de suporte

Órgãos que sustentam a flor, tais como:
  • pedúnculo – liga a flor ao resto do ramo.
  • receptáculo – dilatação na zona terminal do pedúnculo, onde se inserem as restantes peças florais.

Órgãos de proteção

Órgãos que envolvem as peças reprodutoras propriamente ditas, protegendo-as e ajudando a atrair animais polinizadores. O conjunto dos órgãos de proteção designa-se perianto. Uma flor sem perianto diz-se nua.
  • cálice – conjunto de sépalas, as peças florais mais parecidas com folhas, pois geralmente são verdes. A sua função é proteger a flor quando em botão. A flor sem sépalas diz-se assépala. Se todo o perianto apresentar o mesmo aspecto (tépalas), e for semelhante a sépalas diz-se sepaloide. Neste caso diz-se que o perianto é indiferenciado.
  • corola – conjunto de pétalas, peças florais geralmente coloridas e perfumadas, com glândulas produtoras de néctar na sua base, para atrair animais. A flor sem pétalas diz-se apétala. Se todo o perianto for igual (tépalas), e for semelhante a pétalas diz-se petaloide. Também neste caso, o perianto se designa indiferenciado.

Órgãos de reprodução

Folhas férteis modificadas, localizadas mais ao centro da flor e designadas esporófilos. As folhas férteis masculinas formam o anel mais externo e as folhas férteis femininas o interno.
  • androceu – parte masculina da flor, é o conjunto dos estames. Os estames são folhas modificadas, ou esporófilos, pois sustentam esporângios. São constituídas por um filete (corresponde ao pecíolo da folha) e pela antera (corresponde ao limbo da folha);
  • gineceu – parte feminina da flor, é o conjunto de carpelos. Cada carpelo, ou esporófilo feminino, é constituído por uma zona alargada oca inferior designada ovário, local que contém óvulos. Após a fecundação, as paredes do ovário formam o fruto. O carpelo prolonga-se por uma zona estreita, o estilete, e termina numa zona alargada que recebe os grãos de pólen, designada estigma. Geralmente o estigma é mais alto que as anteras, de modo a dificultar a autopolinização.
Os frutos contêm e protegem as sementes e auxiliam na dispersão na natureza. Muitas vezes eles são coloridos, suculentos e atraem animais diversos, que os utiliza como alimento. As sementes engolidas pelos animais costumam atravessar o tubo digestivo intactas e são eliminadas no ambiente com as fezes, em geral em locais distantes da planta-mãe, pelo vento, por exemplo. Isso favorece a espécie na conquista de novos territórios.

GIMNOSPERMAS

GIMNOSPERMAS :

As gimnospermas (do grego Gymnos: 'nu'; e sperma: 'semente') são plantas terrestres que vivem, preferencialmente, em ambientes de clima frio ou temperado. Nesse grupo incluem-se plantas como pinheiros, as sequoias e os ciprestes.
As gimnospermas possuem raízes, caule e folhas. Possuem também ramos reprodutivos com folhas modificadas chamadas estróbilos. Em muitas gimnospermas, como os pinheiros e as sequoias, os estróbilos são bem desenvolvidos e conhecidos como cones - o que lhes confere a classificação no grupo das coníferas.
Há produção de sementes: elas se originam nos estróbilos femininos. No entanto, as gimnospermas não produzem frutos. Suas sementes são "nuas", ou seja, não ficam encerradas em frutos.

Reprodução das gimnospermas

Vamos usar o pinheiro-do-paraná (Araucária angustifólia) como modelo para explicar a reprodução das gimnospermas. Nessa planta os sexos são separados: a que possui estróbilos masculinos não possuem estróbilos femininos e vice-versa. Em outras gimnospermas, os dois tipos de estróbilos podem ocorrer numa mesma planta.
O estróbilo masculino produz pequenos esporos chamados grãos de pólen. O estróbilo feminino produz estruturas denominadas óvulos. No interior de um óvulo maduro surge um grande esporo.
Quando um estróbilo masculino se abre e libera grande quantidade de grãos de pólen, esses grãos se espalham no ambiente e podem ser levados pelo vento até o estróbilo feminino. Então, um grão de pólen pode formar uma espécie de tubo, o tubo polínico, onde se origina o núcleo espermático, que é o gameta masculino. O tubo polínico cresce até alcançar o óvulo, no qual introduz o núcleo espermático.
No interior do óvulo, o grande esporo que ele abriga se desenvolve e forma uma estrutura que guarda a oosfera, o gameta feminino. Uma vez no interior do óvulo, o núcleo espermático fecunda a oosfera, formando o zigoto.

Cones ou estróbilos
Este, por sua vez, se desenvolve, originando um embrião. À medida que o embrião se forma, o óvulo se transforma em semente, estrutura que contém e protege o embrião
Nos pinheiros, as sementes são chamadas pinhões. Uma vez formados os pinhões, o cone feminino passa a ser chamado pinha. Se espalhadas na natureza por algum agente disseminador, as sementes podem germinar. Ao germinar, cada semente origina uma nova planta.
A semente pode ser entendida como uma espécie de "fortaleza biológica", que abriga e protege o embrião contra desidratação, calor, frio e ação de certos parasitas. Além disso, as sementes armazenam reservas nutritivas, que alimentam o embrião e garantem o seu desenvolvimento até que as primeiras folhas sejam formadas. A partir daí, a nova planta fabrica seu próprio alimento pela fotossíntese.

A pinha e a semente (pinhão) da Araucária

PTERIDÓFITAS

As pteridófitas, também chamadas plantas vasculares sem sementes, são um grupo de plantas em que se observam a presença de xilema e floema (vasos condutores) e a ausência de sementes, característica esta que surge apenas nas gimnospermas. Os fósseis mais antigos de plantas com vasos condutores são de cerca de 425 milhões de anos atrás. No Brasil são encontradas mais de 1000 espécies de pteridófitas, sendo possível citar como representantes desse grupo as samambaias e as cavalinhas.

→ Características

As pteridófitas são plantas que possuem o xilema e o floema como tecidos especializados na condução. O surgimento desses tecidos foi possível graças ao surgimento da lignina, que garante resistência aos elementos do xilema e células do esclerênquima. A resistência adquirida por essas plantas foi um passo essencial para que elas se tornassem maiores em porte do que as briófitas.
Nessas plantas observamos uma alternância de gerações, na qual o esporófito (fase do ciclo de vida produtora de esporos) destaca-se por ser a geração dominante. O esporófito nesses grupos é maior e também mais complexo que o gametófito. Essa característica também diferenciam-nas das briófitas, uma vez que, nesse último grupo, a geração dominante é o gametófito (fase do ciclo de vida produtora de gametas).
Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)
Nessas plantas observa-se a presença de raízescaule e folhas verdadeiras. As raízes atuam na fixação da planta ao substrato e na retirada de nutrientes e água do solo. O caule atua como uma estrutura que garante a sustentação das folhas. Já as folhas estão relacionadas com a realização da fotossíntese.
Nessas plantas observa-se a necessidade de água para que a fecundação ocorra. Isso deve-se ao fato de que os gametas masculinos são flagelados e precisam nadar até o gametófito feminino para fecundarem a oosfera (gameta feminino). Devido a essa característica, encontramos as plantas do grupo das pteridófitas, principalmente, em locais úmidos. Nessas plantas não se observa a presença de grão de pólen, sementes, flores ou frutos.
A Selaginella é um gênero de plantas do grupo das plantas vasculares sem sementes.
Selaginella é um gênero de plantas do grupo das plantas vasculares sem sementes.

→ Habitat

As pteridófitas são observadas em uma grande variedade de habitat, sendo encontradas em ambientes florestais e até mesmo em áreas secas. Entretanto, a grande maioria das espécies é encontrada em regiões onde há uma maior umidade no solo.

→ Ciclo de vida

Existem diferentes tipos de pteridófitas, portanto, há diferentes ciclos de vida nesse grupo de plantas. Descreveremos, a seguir, o ciclo de vida de uma samambaia homosporada, uma planta bastante característica do grupo das plantas vasculares sem sementes.
Observe os soros na face inferior de uma folha de samambaia.
Observe os soros na face inferior de uma folha de samambaia.
A grande maioria das pteridófitas caracteriza-se por ser homosporada, ou seja, elas possuem apenas um tipo de esporângio, que é capaz de produzir apenas um tipo de esporo, o qual se desenvolve em um gametófito bissexual. Uma pequena parcela de plantas vasculares sem sementes é heterosporada.
Nesse tipo de planta, observa-se dois tipos de esporângios, os quais produzem dois tipos de esporosMegasporângios são responsáveis por produzirem megásporos, que formam os gametófitos femininos, e microsporângios produzem micrósporos, que desenvolvem os gametófitos masculinos. Em Selaginella, por exemplo, é observada a heterosporia.
Nas samambaias adultas, há folhas que, em sua face anterior, possuem soros, que são conjuntos de esporângios. No interior dos soros, são produzidos os esporos meiose. Quando o soro libera os esporos da samambaia, esses caem no ambiente e germinam, quando em condições adequadas, dando origem a um gametófito.
Observe as etapas principais do ciclo de vida das pteridófitas.
Observe as etapas principais do ciclo de vida das pteridófitas.
O gametófitos são verdes independentes nutricionalmente dos esporófitos. Eles têm a aparência que lembra um coração e possuem pequenos filamentos denominados rizoides, que se direcionam ao substrato. Os gametófitos bissexuados possuem arquegônios anterídios. Os arquegônios são responsáveis por produzirem a oosfera, enquanto os anterídios produzem os anterozoides.
Normalmente o arquegônio e o anterídio do gametófito das samambaia amadurecem em épocas distintas, e, portanto, geralmente a fecundação envolve gametas produzidos em gametófitos diferentes. O anterozoide irá nadar até a oosfera e irá fecundá-la. Ocorrerá a formação do zigoto, que irá dividir-se e, com o tempo, diferenciar-se em um esporófito adulto. Assim que o esporófito fixa-se ao solo, por meio de suas raízes, o gametófito é desintegrado.
Leia também: Plantas tóxicas

→ Classificação

As pteridófitas são atualmente classificadas em dois filos:
  • Lycopodiophyta: Nesse grupo encontramos Lycopodium, Selaginella Isoetes.
  • Monilophyta: Nesse grupo encontramos samambaias e Equisetum.
O Equisetum faz parte do filo Monilophyta.
O Equisetum faz parte do filo Monilophyta.

→ Importância

As pteridófitas são plantas que apresentam importância econômica e também ecológica. Como todas as plantas, as pteridófitas são organismos produtores, sendo, portanto, a base de algumas cadeias alimentares. Além disso, os ancestrais das pteridófitas atuais formaram as primeiras grandes florestas, que contribuíram para a redução dos níveis de gás carbônico na atmosfera, no período Carbonífero. As plantas vasculares sem sementes que formaram as primeiras florestas posteriormente viraram carvão, sendo esse produto de grande valor econômico.
Saiba mais: Eras geológicas
Além do carvão, não podemos deixar de citar que algumas espécies atuais também foram muito exploradas economicamente, sendo esse o caso da samambaiaçu, uma espécie de samambaia que atinge cerca de cinco metros de altura. Essa planta era usada na fabricação de xaxim, um tipo de vaso. Atualmente, o xaxim não pode mais ser fabricado, pois a planta está na lista de espécies ameaçadas.

→ Diferença entre as briófitas e pteridófitas

Briófitas e pteridófitas são plantas relativamente simples que apresentam algumas semelhanças e também algumas diferenças. Observe, a seguir, um quadro comparativo entre ambas:
CARACTERÍSTICAS
BRIÓFITAS
PTERIDÓFITAS
Vasos condutores
Ausentes
Presentes
Raiz
Ausente
Presente
Caule
Ausente
Presente
Folhas
Ausentes
Presentes
Sementes
Ausentes
Ausentes
Flores
Ausentes
Ausentes
Frutos
Ausentes
Ausentes
Dependência de água para a reprodução
Presente
Presente
Fase duradoura do ciclo de vida
Gametófito
Esporófito
Exemplos
Musgos e hepáticas
Samambaias e cavalinhas