quarta-feira, 30 de agosto de 2017

A estrutura da célula (envoltórios celulares)

 Todas as células são formadas por uma membrana plasmática e pelo citoplasma. A membrana plasmática é uma estrutura fina que delimita a célula, separando o meio extracelular do meio intracelular, enquanto que o citoplasma é o espaço intracelular, o qual se encontra preenchido por um líquido gelatinoso chamado citosol. Além dessas duas estruturas básicas, as células podem ter diversas outras estruturas na sua constituição, formando dois padrões de células distintas: as células procariontes ou procarióticas, e as células eucariontes ou eucarióticas. As células eucariontes possuem no interior do citoplasma diversas estruturas, como por exemplo, o núcleo celular, mitocôndrias, complexo de Golgi, retículo endoplasmático, ribossomos, lisossomos, etc. Já nas células procariontes, as únicas organelas existentes no seu citoplasma são os ribossomos, além disso, o material genético está disperso no citoplasma, ao contrário da célula eucarionte, onde o material genético encontra-se dentro do núcleo da célula.

Membrana Plasmática:
 membrana plasmática ou membrana celular ou plasmalema é uma estrutura fina que envolve todas as células vivas, tanto as procarióticas como as eucarióticas. Ela estabelece a fronteira entre o meio intracelular (interior da célula) e o ambiente extracelular (exterior). A membrana celular não é apenas uma barreira, mas também uma “porta” seletiva, permitindo que a célula capture, para seu interior, apenas os elementos do meio exterior que lhe são necessários. Além disso, permite que a célula libere algumas substâncias do seu interior para o exterior, conforme sua necessidade. Essa capacidade da membrana em controlar a entrada e a saída de determinadas substâncias da célula, chama-se permeabilidade seletiva, sendo essa propriedade fundamental para manter intacta a composição química do interior da célula. Outra propriedade da membrana plasmática é permitir que a célula relacione-se com exterior, reconhecendo substâncias químicas do meio externo através da interação destas substâncias com proteínas presentes na membrana celular. Por exemplo, quando a taxa de glicose no sangue está elevada, as moléculas de glicose interagem com proteínas presentes na membrana plasmática das células do pâncreas, desencadeando uma série de reações químicas no interior da dessas células, culminando na produção de insulina. A insulina é liberada do interior da célula para o meio externo através da membrana plasmática. Assim, podemos descrever as principais funções da membrana celular:
  • Envolver a célula, separando o meio intracelular do extracelular
  • Garantir a manutenção da composição química da célula através da permeabilidade seletiva
  • Permitir que a célula relacione-se com o meio externo
  • Ao regular sua composição química e separar a célula do meio externo, a membrana celular deu à célula a propriedade da individualidade, ou seja, permitiu reconhecer a célula como um indivíduo, uma unidade capaz de ter seu próprio metabolismo e reproduzir-se. Em última análise, foi a membrana celular que deu a célula o título de menor unidade viva.

Parede Celular:
A parede celular, parede celulósica ou membrana esquelética celulósica, é uma estrutura de celulose resistente e flexível que delimita as organelas celulares numa célula vegetal. Lembre-se que as células vegetais formam os tecidos das plantas. Por sua vez, as células animais não possuem parede celular, cloroplastos e vacúolos.
Parede Celular
As substâncias entram e saem da célula de diferentes formas e o transporte por meio da membrana pode ser classificado em dois grupos: passivo e ativo.
  • Transporte passivo: é aquele em que não há gasto de energia durante o processo.
  • Transporte ativo: é aquele em que há gasto de energia durante o processo.
→ Transporte passivo
Podemos classificar o transporte passivo em três tipos: difusão simples, difusão facilitada e osmose.
  • Difusão simples
    Na difusão simples, moléculas e íons são transportados de forma natural do local onde estão em maior concentração para o local onde se apresentam em menor quantidade. Dizemos, nesse caso, que ocorre um movimento de substâncias a favor do gradiente de concentração. O oxigênio e o gás carbônico atravessam a membrana plasmática dessa forma.
  • Osmose
    A osmose nada mais é do que um tipo especial de difusão. Nesse tipo de transporte, o soluto não se move, mas, sim, o solvente, que, nesse caso, é a água. Ela ocorre entre dois meios aquosos que são separados por uma membrana semipermeável. A água difunde-se do meio menos concentrado para o mais concentrado até que o equilíbrio seja alcançado. A água também pode atravessar a membrana pela presença de canais denominados de aquaporinas.
    A osmose pode ser observada na região dos pelos radiculares, que apresentam uma maior concentração de solutos que a água do solo. Essa diferença de concentração faz com que a água entre no interior das raízes e seja levada posteriormente para o restante da planta.
  • Difusão facilitada
    A difusão facilitada é aquela em que há uma proteína da membrana que atua como um carreador. Esse transporte acontece a favor do gradiente de concentração, mas substâncias impermeáveis estão envolvidas, por isso, a necessidade de ligação a uma proteína carreadora. Essas proteínas apresentam um sítio de ligação para que o soluto possa ser transportado. Após a ligação, elas sofrem uma modificação que faz com que o soluto seja levado de um lado para outro. Vale destacar também que a difusão facilitada pode ocorrer por meio de transportadores inespecíficos.
→ Transporte ativo
O transporte ativo ocorre com gasto de energia e, assim como na difusão facilitada, ocorre com a ajuda de proteínas carreadoras, que são denominadas de bombas. Diferentemente da difusão, no entanto, o transporte ocorre contra o gradiente de concentração. O exemplo mais conhecido de transporte ativo é a bomba de sódio e potássio.
Endocitoses
Endocitose é um processo que ocorre nas células e tem por objetivo trazer para o interior dessa estrutura substâncias por meio da invaginação da membrana plasmática. Essas invaginações nada mais são que dobras na própria membrana para o interior da célula.
Podemos classificar a endocitose em três tipos principais: fagocitose, pinocitose e endocitose mediada por receptor.
  • Fagocitose (do grego phageîn, comer): Nesse processo de endocitose, que acontece apenas em células móveis, ocorre a emissão de pseudópodes (prolongamentos do citoplasma), que capturam partículas maiores, como micro-organismos. Na fagocitose, forma-se uma vesícula chamada de fagossomo que possui diâmetro > 250 nm.
  • Pinocitose (do grego pínein, beber): a célula apresenta a capacidade de ingerir fluídos e algumas moléculas neles presentes. A pinocitose pode ou não ser seletiva, ou seja, pode capturar fluidos específicos ou capturar qualquer produto do meio exterior. Nesse tipo de endocitose, formam-se vesículas com diâmetro < 150 nm.
  • Endocitose mediada por receptor: ocorre a captura de macromoléculas em virtude da presença de receptores nas membranas. Nas membranas existem áreas específicas, denominadas de fossetas cobertas, que possuem receptores. Na região voltada para o citoplasma, há também uma variedade de proteínas, principalmente clatrina. As fossetas formam as chamadas vesículas cobertas, que entram no citoplasma e fundem-se com os endossomos. A clatrina solta-se da vesícula e é reutilizada, assim como os receptores.


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